Malvaceae

Christiana macrodon Toledo

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Christiana macrodon (Malvaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

56.624,013 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado de SÃO PAULO, municípios de Franco da Rocha (Baitello 1581), Jardinópolis (Kuhlmann 2009), Lavínia (Bernacci 1968), Marília (Durigan s.n.), Matão (Souza 5650), Porto Ferreira (Bertoni 16899), Ribeirão Preto (Kotchetkoff-Henriques 623).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 4 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila Densa associada a Mata Atlântica e Cerrado sensu lato no estado de São Paulo. Apresenta distribuição restrita, AOO=28 km² e ocorrência em habitats severamente fragmentados. A Mata Atlântica e o Cerrado no estado de São Paulo resguardam atualmente cerca de 16% e 10% de sua vegetação nativa original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Faraco et al., 2010). Os municípios onde a espécie foi registrada possuem entre 50% e 65% de seus territórios convertidos em plantações de cana-de-açúcar (Lapig, 2018), e estão fortemente ameaçados ante a crescente expansão das práticas agrícolas de larga escala na região. As subpopulações documentadas próximas a grande São Paulo encontram-se impactadas pelo crescimento urbano acelerado da maior cidade do país. Mesmo com subpopulações protegidas dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, C. macrodon foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Infere-se declínio contínuo em AOO, extensão e qualidade de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2013
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Arq. Bot. Estado São Paulo 3: 29. 1952

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Detalhes: Árvore de 4 m, que habita a Floresta Ombrófila, na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018)

Reprodução:

Detalhes: Foi coletada com flores em dezembro (Bertoni 16899); e com frutos em fevereiro (Baitello 1683), abril (Souza 5650), maio (Baitello 1581), setembro (Bernacci 1968), novembro (Kuhlmann 2009).
Fenologia: flowering (Dec~Dec), fruiting (Fev~Nov)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat past,present,future regional high
O município de Matão tem 50% de seu território (52490 ha) plantados de soja, milho e principalmente cana-de-açúcar (24634 ha) (Lapig, 2018). O município de Jardinópolis com 50187 ha, teve em 2014, 65% de seu território (32915 ha) plantados de cana-de-açúcar (Lapig, 2018). O município de Lavínia com 53767 ha teve em 2014, 40% de seu território (21479) plantados de cana-de-açúcar (Lapig, 2018). O município de Ribeirão Preto com 65091 ha, teve em 2015, 57% de seu território (37104 ha) plantados de cana-de-açúcar (lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 31 de agosto 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national high
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Foi coletada no Parque Estadual de Juqueri (Baitello 1581) e no Parque Estadual de Porto Ferreira (Konopczyk s.n.)